Biblioteca Pública de Santa Catarina

Premiado com o 2° lugar no Concurso Nacional para Biblioteca Pública de Santa Catarina, este projeto foi pensado de forma a reaproveitar um antigo edifício em Florianópolis, onde funcionavam atividades administrativas do governo.

Famosa como espaço que arquiva conhecimento e cultura, a Biblioteca é sem dúvida um dos edifícios mais democráticos de uma cidade.
O que chamou minha atenção neste projeto, foi a preocupação dos arquitetos em criar um espaço que fosse além da proteção do acervo, mas que pudesse estimular o acesso da população ao conhecimento, promovendo a inclusão e integração dos usuários.

O primeiro desafio da equipe, foi reestruturar os espaços que não tinham em sua configuração inicial, uma distinção clara entre um mero arquivo e uma biblioteca.

Antes:
- lajes uniformes com pé direito padrão
- configuração espacial monótona e limitada

Depois:
- abertura das lajes conectando os diversos pavimentos, criando uma mistura entre espaços cheios e vazios, rompendo a obviedade regular
- ambientes de leitura com pé direito duplo, que permitem uma maior amplitude e percepção espacial

Para tornar a biblioteca mais acessível, a entrada principal foi deslocada do centro da fachada frontal, para a esquina no encontro das Ruas Tenente Silveira e Álvaro de Carvalho, localizada em um ponto focal de maior visibilidade urbana.

Elevação Rua Tenente Silveira

Elevação Rua Álvaro de Carvalho

O projeto foi organizado da seguinte forma:
entrando na biblioteca, o visitante acessa um amplo saguão, que abriga o espaço cultural.


No térreo o usuário avista o balcão principal e a primeira escada metálica que o conduz aos espaços de acervo e leitura, dispostos nos pavimentos superiores.

Os principais setores da biblioteca estão organizados em sequência diagonal, contando com divisórias de vidro e forro acústico para preservar o nível de conforto e silêncio necessários.

Na Cobertura, foi criado um ambiente agradável, com terraço, propício para discussões e trabalhos em grupo.

No subsolo encontra-se o auditório, conectado ao espaço de eventos por uma nova escadaria externa, contida por uma caixa de vidro.

Além das adaptações no layout, reforços na estrutura do edifício também foram previstas, para que fundações, pilares, vigas e lajes pudessem suportar as sobrecargas estimadas.

Preocupações com conforto ambiental e sustentabilidade foram essenciais para a proposta de transformação, uma vez que a construção existente não havia sido pensada como espaço de estudos e apresentava grande falha na distribuição de luz natural e artificial.
Novas idéias foram expostas com o intuito de otimizar e uniformizar os pontos de luz, como a criação de uma tela de proteção na fachada, que reduziria a incidência de sol sobre o edifício, proporcionando uma radiação difusa como fonte primária de iluminação do espaço.
Esta segunda pele também funciona como um controle para a radiação, uma proteção externa que não apenas filtra a luz natural, mas também reduz em até 65% a sua incidência sobre o edifício, o que evita o superaquecimento do mesmo.

Ficha técnica:

Autores:

João Paulo Payar
Matheus M.R. Alves
Rafael Gazale Brych
Ricardo Felipe Gonçalves

Colaborador: Alexandre Hepner

Consultor Estrutura: Yopanan Rebello (YCON)

Consultor Design Ambiental: Ricardo Messano

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