Salk Institute

O arquiteto americano Louis Kahn é mundialmente conhecido por seus projetos imponentes e espirituais.
Suas obras tem sempre um apelo transcendental, buscando com jogo de luz e sombra, a comunicação das almas através da arquitetura.

Sou fã de Louis Kahn não só por admirar a facilidade com que domina a escala do monumental, mas com sua capacidade de emocionar e comover aqueles que experimentam suas obras.
Nenhum projeto de Kahn passa desapercebido e com o Salk Institute não poderia ser diferente.

Kahn foi contratado pelo Dr. Jonas Salk, inventor da vacina contra poliomielite, em meados de 1960, para projetar um instituto independente, sem fins lucrativos, dedicado à pesquisas científicas.

A localização privilegiada em La Jolla – California, também contribuiu para o sucesso do projeto, que se utilizou da tranquilidade do ambiente e da abundância de luz natural para intensificar o caráter introspectivo da obra.

Formado por um grande plano simétrico, duas estruturas com torres de 6 andares se espelham em meio a uma ampla praça central, feita de mármore travertino.

Uma única faixa estreita de água percorre a praça como um eixo entre as duas estruturas, ligando o complexo ao Oceano Pacífico.
Durante o por do sol, este esguio espelho d’água é banhado pelo reflexo dos raios, que parecem inundar o ambiente com uma luz amarelada.
Sem dúvida uma experiência incrível.

Além do travertino, materiais como concreto, teca, chumbo, vidro e aço também foram empregados na concepção dos edifícios.
O concreto foi aplicado utilizando uma técnica estudada na arquitetura romana e uma vez derramado, Kahn não permitiu retoques, para que o acabamento fosse bem natural, quase brutalista.

Além de inspirador, o projeto é extremamente funcional. Os laboratórios são separados dos espaços de estudo individual, justamente para respeitar as necessidades de cada atividade.

Ficha técnica:

The Salk Institute
Projeto:
 Louis Kahn
Para: Dr. Jonas Salk 
Onde: La Jolla – California / EUA
Ano: 1959 – 1965
Fotos: Liao Yusheng
               Flickr
Via: www.archdaily.com

 

Forest House

Este projeto, desenvolvido por Chris Tate em Auckland – Nova Zelândia, foi pensado de modo a priorizar o meio ambiente, impactando o mínimo possível em seu entorno.

A casa foi toda construída em torno de um tronco, que funciona como ponto focal do projeto.
Nenhuma árvore foi cortada ou podada, não existem fundações de concreto ou muros de arrimo.
Chris idealizou esta casa para funcionar como seu retiro. Fez questão de não instalar televisão, máquina de lavar ou microondas.

O lote de 800m2 muito íngreme e densamente arborizado foi sem dúvida um desafio para os construtores, mas a visão de Tate era justamente de não escavar ou nivelar o terreno e sim adaptar-se a ele.
Durante a obra, as árvores foram protegidas com andaimes para evitar qualquer tipo de dano.

A Casa foi projetada com abordagem bem minimalista, seja com relação à estética da sua construção ou ao dimensionamento dos espaços.
Não existem locais específicos para armazenamento ou estoque, como despensas ou depósitos.
O dormitório e banheiro estão situados na extremidade oposta à sala de estar e foram calculados de modo a fornecerem a quantidade ideal de conforto para a vida a dois.

O que mais me impressionou neste projeto, foi a forma com que sua estrutura conversa com a natureza, realmente uma fusão perfeita.
Sentado na sala ou no quarto, os grandes panos de vidro conseguem levar a mata para dentro do ambiente.
Sem dúvida uma casa “viva” que tem o poder de transportar seus habitantes para dentro deste mundo verde.

Ficha técnica:

The Forest House
Projeto:
 Chris Tate
Escritório: Chris Tate Architects 
Estilo: Organic Architecture
Onde: Titirangi, Auckland – Nova Zelândia
Ano: 2006
Fotos: Patrick Reynolds 
Via: www.christate.co.nz

Nem tudo é o que parece ser

Diálogo perfeito entre estilos, esta igreja do século 13 cedeu espaço para o projeto arrojando de uma das livrarias da cadeia holandesa Selexyz.

Construida em meados de 1294, na cidade de Maastrich – Holanda, esta catedral dominicana de 750m2 possibilitou um aproveitamento de mais de 1200m2 devido a aplitude dos espaços e ao pé direito altissimo.
Foram construidas estantes em estrutura metálica equivalentes a três pavimentos, incorporadas à arquitetura da igreja, sem obstruir os motivos religiosos ou a estrutura original.
O projeto conhecido como Selexyz Dominicanen, é do escritório  Merkx + Girod e exemplifica a união brilhante entre duas estéticas completamente opostas, que se conversam em perfeita harmonia.
Além de milhares de títulos expostos em  prateleiras e aparadores, a livraria também conta com um café e uma área de permanência.
Uma longa mesa em formato de cruz, convenientemente localizada onde costumava ser o coro da igreja, simboliza a importância da história do edifício e homenagea seu passado.
Abaixo mais imagens deste projeto que me impressionou muito pela harmonia entre passado e presente, espírito e cultura.

Tendências 2013 – Renda na Arquitetura

Na moda, se fala muito em tendência.
Tendência para um estilo, para uma cor ou uma padronagem, que começa a ser divulgada e ganhar aceitação de um número maior de pessoas.
Segundo o dicionário de Oxford, tendência é “a investigação sistemática no estudo de materiais e fontes para estabelecer fatos e alcançar novas conclusões.”
No fundo, tendência é uma direção, um caminho, para o qual algo se movimenta, evolui.

Na arquitetura, também encontramos este tipo de direcionamento, que vai nos dizer o que está em alta e o que está em baixa.
Hoje apresento a vocês, uma das tendências selecionadas para o ano de 2013: Renda

detalhe do projeto de Italo Rota, para a casa de Roberto Cavalli

Muito da inspiração destes “painéis rendados” vem dos Muxarabis, herança árabe e recurso criado pelos mesmos, para proteger as mulheres dos olhares masculinos.
Os Muxarabis, são painéis vazados, feitos muitas vezes em madeira, mármore ou ferro, que permitem fechar parcialmente um ambiente, sem privá-los de iluminação e ventilação natural, mas preservando uma certa intimidade.

Versão brasileira dos Muxarabis, são os painéis com Cobogós, lançados em Pernambuco e praticamente uma febre na arquitetura dos anos 50 e 60.
Diferente dos Muxarabis (painéis únicos) os Cobogós são elementos vazados soltos, feitos principalmente em cerâmica, que formam painéis, quando colocados uns sobre os outros.

Edifício em Brasília, Quadra Sul, via

Cobogó Haaz, uma versão mais moderna para o Cobogó
projeto do arquiteto Márcio Kogan para uma exposição na Turquia

Renda na Arquitetura, mais referências …

Fachada criada para a Mostra Greenergy Design Milano 2008
by Antonio Citterio and Partners para Kerakoll

Mobiliário para área externa Black Lace Collection by Seasonal, via

 

Cadeira de renda A Lot Of
chapa metálica recortada a lazer com pintura eletrostática

biombo rendado para o dormitório, via

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Sea Cave Restaurant

Localizado na cidade de Polignano a Mare, no sul da Itália (província de Bari, Apúlia) este restaurante parece esculpido na encosta.

Aberto somente durante os meses de verão, o Sea Cave Restaurant faz parte do Hotel Grotta Palazzese e sem dúvida é uma experiência singular para o jantar.
O restaurante foi esculpido dentro de uma caverna de calcário, seu teto trabalhado com formas abobadadas foi pensado justamente para recriar o ambiente de uma gruta.

HOTEL RISTORANTE GROTTA PALAZZESE

Via Narciso, 59
Polignano a Mari (Bari) Puglia
grottapalazzese@grottapalazzese.it
www.grottapalazzese.it

 


Ta Prohm Temple

Ta Prohm é o nome moderno dado a um dos templos de Angkor, na Provincia de Siem Reap, no Camboja.
O complexo com vários templos, foi construído no final do século 12, início do século 13, durante a época áurea do reinado de Jayavarman VII, rei muito importante para a história do país, pois reconquistou o império Khmer dos invasores Cham entre os anos de 1177 e 1181.

foto: Peter Nijenhuis

Desnecessário dizer que a guerra causou muitos estragos para a antiga capital de Angkor. O rei ambicioso, com o intuito de construir um reino digno de sua dinastia, iniciou um programa massivo de obras públicas, que teve Ta Prohm como edificação central, localizada praticamente no centro da cidade.

Ao estilo arquitetônico empregado na época, deu-se o nome de Bayon, que tem como particularidades, o caráter religioso e o uso dos materiais: tijolo, arenito e laterite (tipo de argila). O interessante, é que em todos os registros deste tipo de estilo, a ênfase é sempre nas edificações de caráter religioso, pois eram os únicos construídos com materiais resistentes, que sobreviveram ao tempo, os demais, construídos em madeira, acabaram ruindo.

Embora o templo cubra apenas 2,5 hectares, suas paredes e fosso abranger 148 hectares, o que demonstra que aldeias vizinhas estariam ligadas ao corpo da cidade, adicionando aproximadamente 80mil pessoas aos 12mil habitantes originais.

Curiosamente, o templo também era a sede de uma rede de hospitais, criada pelo generoso rei.
De Ta Prohm saiam suplementos direcionados para 102 hospitais localizados em todo império.
Registros citam que o templo acumulou riquezas consideráveis, incluindo o ouro, pérolas e sedas. Expansões e melhoramentos ao Ta Prohm continuaram até o reinado de Srindravarman, no final do século XIII.

Após a queda do Império Khmer, no século XV, o templo de Ta Prohm foi abandonado e negligenciado por séculos. No inicio do sécul 20, a École Francaise dÉxtreme-Orient, fundada para estudar o patrimônio artístico da Indochina sob o domínio francês, decidiu que Ta Prohm seria deixado em grande parte como foi encontrado, isto pois além de ser um dos mais imponentes templos foi aquele que melhor se fundiu com a selva, mas não ao ponto de ser engolido por ela.

Muito trabalho tem sido feito para estabilizar as ruinas e manter esta condição de “negligência aparene”
Hoje em dia, autoridades demonstram uma abordagem mais agressiva para a restauração. Todos os arbustos foram removidos, assim como algumas árvores, além de uma grande quantidade de trabalhos de reconstrução e restauraçãoo, como passarelas em madeira, plataformas e trilhos que se perderam com o tempo.

Foi dificil achar um único fotógrafo que ilustrassem a beleza deste lugar, por isso selecionei uma série de imagens.
Abaixo a relação dos sites que visitei:

www.absolutevisit.com
www.allposters.com
www.holeinthedonut.com
www.interpidberkeleyexplorer.com
www.cv-collection.net
www.tomsheck.com
www.tumbir.com
www.twistedsifter.com
www.wtfoto.net
www.wezwanders.com

459 Anos de São Paulo

Para quem conhece São Paulo hoje, é difícil acreditar que a cidade tinha praticamente nenhuma expressividade política ou econômica, durante os primeiros 3 séculos desde sua fundação.

Avenida Paulista
foto: Luiz Fernando Coimbra

Sao Paulo surgiu como missão jesuítica, comandada por Manuel da Nóbrega e José de Anchiete, com o objetivo de catequizar os índios que viviam nesta região.

Em 25 de janeiro de 1554, dia em que se comemora a conversão do apóstolo Paulo, foi celebrada a primeira missa, que acabou marcando o início da instalação dos jesuítas no local e entrou para a história como a data de nascimento da cidade de São Paulo.

Detalhe curioso, São Paulo é a única cidade do Brasil que conta seu aniversário a partir da data de instalação das primeiras pessoas em seu território. Na verdade, São Paulo só foi elevada ao título de Cidade em 1771, portanto este ano, completaria 242 anos e não 459.

Formada tanto por povos de origem europeia quanto indígena, sua composição heterogênea vai acompanhar a cidade em toda sua historia e atinge seu ápice, tanto demográfico, quanto econômico, após o ciclo do café e da industrialização, responsáveis por elevar São Paulo ao posto de maior cidade do pais e considerada hoje, o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da America do Sul.
Cidade mais populosa do continente Americano e de todo o hemisfério Sul, com aproximadamente 19,3 milhões de habitantes, é também a 14ª cidade mais globalizada do planeta e exerce significativa influencia internacional, seja do ponto de vista cultural, político ou econômico.

Para mim São Paulo é:

Parque do Ibirapuera
projetos: Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx, inaugurado em 21 de agosto de 1954
mais importante parque urbano da cidade

foto: Parque do Ibirapuera

Pavilhão Cicillo Matarazzo – Bienal do Ibirapuera
foto: Pedro Kok

8ª Bienal de Arquitetura, Pavilhão Cicillo Matarazzo 
foto: Pedro Kok

Fundação Maria Luisa e Oscar Americano 
arquiteto: Oswaldo Arthur Bratke, 1950 – fundação desde 1974

Mube – Museu Brasileiro da Escultura
arquiteto: Paulo Mendes da Rocha integrado a um jardim de Roberto Burle Marx,inaugurado em 1995
foto: Luiz Fernando Coimbra

Avenida Paulista
foto: Luiz Fernando Coimbra
Criada no final do sec. XIX, foi inaugurada em 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima com o intuito de expandir a cidade para outras áreas que não Higienópolis e Campos Elíseos, nesta época altamente valorizadas e totalmente ocupadas

 Masp – projeto de Lina Bo Bardi, 1968
foto: Pedro Kok

Edificio FIESP/CIESP/SESI
arquiteto: Rino Levi, inaugurado em 1979
foto: Pedro Kok

Edificio Itália
nome oficial: Circolo Italiano – arquiteto: Franz Hep, inaugurado em 1965
Um dos mais altos da cidade de São Paulo, com 165m
Destaque para o restaurante Terraço Itália que permite vista 360 graus da cidade de São Paulo.
foto via: Cidade de São Paulo

Edificio Copam
arquiteto: Oscar Niemeyer, projetado na década de 50 com a colaboração de Carlos Alberto Cerqueira Lemos
foto via: Cidade de São Paulo

Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira
arquiteto: Cartão Francisco Ribeiro, João Valente Filho,inaugurada em 10 de maio de 2004
Unica ponte no mundo com 2 pistas em curva conectadas a um mesmo mastro

foto via Casa e Design

Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira
foto via Que trampo

Rua Oscar Freire
homenagem a Oscar Freire de Carvalho, médico e um dos fundadores do Instituto Medico Legal de São Paulo
foto via: Cidade de São Paulo
 

Livraria da Vila – Alameda Lorena
arquiteto: Isay Weinfeld
foto via:Livraria da Vila

Café Santo Grão – Shopping Cidade Jardim
arquiteto: Isay Weinfeld
foto via:Club Gourmand